O que é
deficiência?
“Deficiência é um conceito
complexo que reconhece o corpo com lesão, mas que também denuncia a estrutura
social que oprime a pessoa deficiente. Assim, como as outras formas de opressão
pelo corpo, como o sexismo ou o racismo, os estudos sobre deficiência descortinaram
uma das ideologias¹ mais opressoras de nossa vida social: a que humilha e
segrega o corpo deficiente [...] A deficiência passou a ser entendida
como uma forma particular de opressão social, como a sofrida por outros grupos
minoritários, como as mulheres ou negros.” (DINIZ: 2007, p.09-10)
Como deve ser
a postura inicial do Professor?
A escola que irá recebê-la
necessita de um detalhado estudo sobre o seu desenvolvimento geral, seu
histórico familiar, é preciso fazer um diagnóstico cuidadoso para saber se ele
(a) necessita de um "Plano Individualizado de Adequação Curricular".
Este plano de ensino deverá ser elaborado por uma equipe constituída pelos
professores da classe, um professor especializado (caso a escola possua),
professor coordenador pedagógico e familiares. É preciso conhecer também quais
são as limitações deste aluno em particular, descobrir qual é o ritmo dele, as
maiores dificuldades e facilidades.
A professora entra na sala cheia de ideias e energia, ávida em conhecer seus novos
alunos, estabelecer os primeiros contatos: que bom seria se todos fossem
obedientes e interessados... Que bom seria se todos chegassem no horário, se
todos se comportassem bem, se quisessem ir ao banheiro ao mesmo tempo. Que
maravilha seria se todos ouvissem igual, entendessem igual, interpretassem
igual, aprendessem igual. Se todos aprendessem a ler e escrever no mês de maio, se compreendessem os efeitos do
aquecimento global em uma só aula, se todos resolvessem equações algébricas sem
dificuldades.
Que maravilha seria... Será que seria mesmo? Seria mesmo tão bom ter diante de
si 20 ou 30 seres humanos iguais, que aprendessem do mesmo jeito e ao mesmo
tempo? Mais do que improvável,
seria chato!
É na
diversidade que se aprende, do inesperado é que nascem as ideias, do
desequilíbrio é que se faz a transformação. A sala de aula é o local onde se
encontram diferentes crianças, vindas de diferentes famílias, cada uma com sua
história e seus valores.
Um dos
pontos a serem levados em consideração: o receio do professor.
O professor que sente receio diante daquele aluno tão diferente
(será mesmo?) dos colegas, provavelmente ainda não percebeu que todas as
crianças são diferentes umas das outras, e que cada aluno merece um ensino
personalizado. Por algum tempo se pensou que inclusão seria receber um aluno
com deficiência e procurar torná-lo igual aos seus colegas. Hoje sabemos que
incluir significa exatamente o contrário: o aluno é diferente e todos os seus
colegas também o são. Ou seja, todos os alunos são diferentes
O professor, diante de um aluno com deficiência, pode ficar receoso devido ao
desconhecimento do tema e aos preconceitos adquiridos em formações acadêmicas
que ainda não previam o respeito à diversidade. Este professor, além de rever o
modo como ensina, terá a oportunidade de rever seus conceitos e adaptar-se
internamente para incluir. Preparar-se para receber esse aluno é preparar-se
para crescer. É ter a coragem para abrir-se para o desconhecido.
A segunda questão: a ansiedade do professor
A ansiedade, um sentimento
natural quando o ano começa com uma nova classe de alunos, e também natural no
professor que conhece uma criança que inicialmente parece fugir dos padrões,
pode ser positiva ou negativa. A ansiedade positiva o leva à busca de
informações, instiga sua curiosidade e exercita sua criatividade. A ansiedade
negativa congela, impede atitudes, traz consigo a tendência a produzir,
estimular e se dedicar menos, reduzindo expectativas para evitar frustrações.
Esta ansiedade se atenua à
medida que o professor percebe que não precisa saber tudo, dar conta de tudo,
resolver tudo, à medida que vê os pais e terapeutas como aliados, e passa a
acreditar em suas próprias capacidades, bem como nas do seu aluno. Reconhecer
seus sentimentos em relação à inclusão e procurar orientação, ajuda e informações,
conhecer outras experiências conversando com outras professoras, com a família
e os profissionais envolvidos com a criança é uma das formas de realizar um bom
trabalho e superar o receio inicial.
A terceira
questão: a tranquilidade do professor
A tranquilidade estará presente no professor que
encara este aluno como mais um, naquele que segue uma abordagem individualizada
de ensino, que tem informações atualizadas sobre a deficiência, ou que
simplesmente acredita que todas as crianças, devidamente orientadas e mediadas,
aprendem. É esse o sentimento poderoso na inclusão: acreditar. Acreditar que,
como professor, pode dar o máximo de si para ensinar, e que seu aluno, com ou
sem deficiência, estará dando o seu máximo também.
A quarta
questão a considerar: a indiferença do professor
A indiferença talvez seja o sentimento que traz mais
riscos à aprendizagem do aluno. O professor que encarar seus alunos de modo
indiferente e superficial, colocar-se em um papel passivo na inclusão da
criança com qualquer tipo de dificuldade, ou que optar em não enfrentar ou
reconhecer a situação de aprendizagem de seu aluno, terá poucas chances de
sucesso. O professor que assume esta postura em relação à aprendizagem de
qualquer aluno deve reconsiderar suas escolhas.
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Palestra por
Edinei Messias -Psicopedagogo
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